Kelmon Luis da Silva Souza (PTB), 44, ganhou fama no debate presidencial do SBT, no último dia 24, ao fazer dobradinha com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
No debate da TV Globo ele repetiu a estratégia. O nanico fez dobradinha com Bolsonaro, unindo-se ao presidente em críticas a Lula e à esquerda usando argumentos parecidos com o do presidente.
Ele reverberou a narrativa de que o petista, se eleito, contribuirá para uma suposta aniquilação de cristãos no Brasil e buscou relacionar o líder nas pesquisas a episódios de perseguição na Nicarágua.
Padre Kelmon, como se intitula, era vice e foi promovido à cabeça de chapa após Roberto Jefferson, liderança do PTB e candidato original, ter sido vetado pela Justiça Eleitoral devido à condenação no escândalo do mensalão. O plano de governo apresentado por Kelmon ao TSE é o de Jefferson.
No PTB desde dezembro de 2020, Kelmon já foi filiado ao PT e, hoje, se diz arrependido por este ato praticado em sua juventude. Nas redes sociais, Kelmon exalta políticos como Bolsonaro, Jefferson e Daniel Silveira (PTB-RJ) e pede “o fim do STF e a prisão de todos os seus ministros”.
Ao final do debate no SBT, Kelmon defendeu Bolsonaro. “Só o fato de o presidente não ser de esquerda, já nos garante um alívio muito grande.”
Entre 2020 e 2021, o religioso recebeu 15 parcelas do auxílio emergencial, totalizando R$ 5.100, segundo o portal da transparência. Hoje, em seu canal no Instagram, Kelmon pede doações para sua igreja informando chaves de Pix como o seu email ou CPF. As contas bancárias pertencem ao padre.
A assessoria de imprensa do petebista disse que, “ao contrário da Igreja Católica, os padres da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Peru não recebem salário e vivem de doações”. E prossegue: “Durante a pandemia, as igrejas foram fechadas no Brasil, e o padre Kelmon precisou do auxílio para sobreviver”.
O novo presidenciável é pároco de uma igreja autônoma peruana envolta em polêmica mesmo em seu país natal. Segundo a assessoria do candidato, Kelmon foi ordenado padre em agosto de 2015.
O candidato pertence à Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Peru, sem nenhuma ligação com qualquer outra denominação Ortodoxa, o que gerou, inclusive, manifestação da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil ressaltando este ponto.
Durante o debate no SBT, Simone Tebet (MDB) afirmou que não se confessaria com Kelmon. Desde agosto, ele está licenciado da igreja devido às eleições.