O presidente Lula (PT) tem reclamado a aliados sobre a estratégia de líderes do centrão para pressioná-lo a concretizar a reforma ministerial que irá colocar o PP e o Republicanos no primeiro escalão do governo.
Segundo a Folha, Em conversas com pessoas próximas, segundo relatos, o petista afirmou que as negociações vão acontecer e não deveriam se misturar com sinalizações em tom de ameaça e barganha.
Contrariando o Palácio do Planalto, a Câmara ainda não deu uma previsão de quando irá concluir a votação do novo arcabouço fiscal. Falta apenas uma votação no plenário da Casa para Lula conseguir liquidar a tramitação do projeto e cumprir uma promessa de campanha –extinguir o teto de gastos.
Ainda conforme o jornal, integrantes do centrão reconhecem nos bastidores que o objetivo é forçar Lula a acelerar as conversas com os partidos que receberam a promessa de ministério e cargos em estatais.
Os deputados André Fufuca, do PP, e Silvio Costa Filho, do Republicanos, já foram confirmados como futuros ministros por auxiliares de Lula, como Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), responsável pela relação com o Congresso.
Fufuca é líder do PP na Câmara. Costa Filho é um dos deputados do Republicanos mais próximos do governo. Os dois ministeriáveis, porém, estão num limbo, pois não sabem quando serão nomeados nem quais pastas irão comandar.
Aliados do presidente dizem que fazer uma reforma ministerial não é uma matemática simples, pois isso envolve “cortar na carne”.
Lula sinalizou a integrantes da cúpula do seu partido a disposição de que a reforma ministerial tenha como alvo pastas, hoje de ministros sem padrinhos políticos e representantes do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do próprio PT.
De acordo com relatos das conversas, a insatisfação do petista se dá pelo fato de o centrão não aceitar que as trocas na Esplanada precisam seguir o ritmo do presidente e o tempo da política, mesmo quando o mandatário já deu a palavra de que PP e Republicanos terão seus ministérios.
Por isso, a relação deveria ter bases mais respeitosas, segundo o entorno de Lula.