No dia 25 de março, é comemorado a Data Magna no Ceará, que se refere ao pioneirismo do Estado em abolir a escravidão antes do resto do Brasil.
Apesar do dia 13 de maio de 1888 ser considerado um marco para a história brasileira, o decreto da Lei Áurea aconteceu, na maioria, pela pressão de movimentos antecessores que defendiam o fim da escravidão.
Um dos estados reconhecido por essa luta é o Ceará, que decretou a abolição em 1884. Para quem leciona História no Estado, a data carrega marcas sociais e políticas.
Um dos principais nomes do movimento abolicionista cearense é o do jangadeiro Francisco José do Nascimento, nascido em Canoa Quebrada, no município de Aracati, também conhecido como Dragão do Mar ou Chico da Matilde. Em 1881, antes mesmo do decreto de abolição no País, o líder, junto a outros jangadeiros, se recusou a transportar escravos que saíam do Porto de Fortaleza e seriam vendidos a outras províncias.
A ação deu origem à Greve dos Jangadeiros, que cessou o tráfico de escravos para outros lugares do Brasil por alguns dias, sendo visto como um dos catalisadores para a abolição na província.
De acordo com a Fundação Cultural Palmares, as libertações foram ocorrendo no Ceará antes mesmo do decreto. No dia 1º de janeiro de 1883, em Vila do Acarape — onde hoje é o município de Redenção — cartas de alforrias foram entregues a 116 escravos, em um ato realizado em frente à Igreja da Matriz.
Então, no dia 25 de março de 1884, o baiano Manuel Sátiro de Oliveira Dias, presidente da província na época, declarou a libertação de todos os escravos do Ceará.
A data foi instituída como feriado estadual no dia 6 de dezembro de 2011, durante a gestão do ex-governador e atual senador Cid Gomes (PDT). O projeto foi apresentado na Assembleia Legislativa pelo então deputado estadual Lula Morais (PCdoB) e a decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado.